Na última quarta-feira, 28 de setembro de 2022, o Banco Central divulgou que a taxa média de juros do cartão de crédito rotativo cobrada pelos bancos nas operações passou de 349,9% ao ano em julho para 398,4% ao ano em agosto. É o maior índice desde agosto de 2017, quando atingiu o patamar de 428% ao ano.
Além disso, a demanda pelo crédito rotativo do cartão de crédito foi a maior em dez anos em 2021. Essa modalidade pode ser colocada em ação por quem não tem condições de arcar com o valor total da fatura na data do vencimento, mas não deseja ficar inadimplente e com o risco de ficar o nome sujo no SPC ou Serasa. É a linha de crédito mais cara do mercado.
Selic x juros do cartão
A taxa de juros do cartão de crédito tem aumentado por causa da elevação da Selic, a taxa básica de juros da economia, que está atualmente em 13,75% anuais, o maior patamar em seis anos.
O Banco Central, por sua vez, tem aumentado a taxa Selic para tentar frear a inflação. O índice inflacionário acumulado nos últimos 12 meses atingiu 8,73 % em agosto de 2022. Em 2022, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), índice que mede a inflação, acumula uma alta de 4,63%. Desse modo, a meta do BC para o ano, que era de 3,5%, já foi ultrapassada, mas ainda dentro do intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual.
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Inadimplência em alta
Por conta da alta dos juros do cartão de crédito, a taxa de inadimplência média se mantém alta. Apesar de ficar estável em 2,8%, este é o maior patamar desde junho de 2020. No entanto, as operações com pessoas físicas, o índice registrou uma alta de 3,6% em julho para 3,7% em agosto. É o maior nível desde maio de 2020 (4%). Por outro lado, a inadimplência das empresas, ficou estável em agosto, atingindo 1,5%. Mesmo assim, é a mais alta desde agosto de 2020 (1,8%).
Segundo o Banco Central, em julho de 2022, o endividamento também bateu recorde na série histórica iniciada em janeiro de 2005, somando 53,1% da renda acumulada nos 12 meses anteriores. Mas, em fevereiro de 2020, portanto, antes de começar a pandemia da Covid-19, o endividamento das famílias já alcançava 41,8%.
Aumento do crédito bancário
Se os juros do cartão aumentaram, o volume total do crédito bancário em mercado também avançou, de acordo com o Banco Central. O crescimento foi de 1,6% em agosto de 2022, passando para R$ 5,06 trilhões. Também houve alta de 2,1% na carteira de pessoas físicas e 0,9% na de pessoas jurídicas.
Segundo o BC, as modalidades de crédito para as famílias que mais cresceram em agosto foram: crédito pessoal não consignado vinculado à composição de dívidas (+6,7%), cartão de crédito total (+2,4%), crédito pessoal não consignado (+1,3%), crédito consignado para aposentados e pensionistas do INSS (+1%) e crédito consignado para servidores públicos (+0,8%).
Em 2022, a instituição estima um crescimento de 11,9% no crédito bancário. No ano passado, graças às linhas emergenciais de crédito para o combate aos efeitos da pandemia de Covid-19, a modalidade teve um avanço de 16,5%.
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